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História da Santa Casa da Misericórdia de São Bento de Arnoia

A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de S. Bento de Arnoia, surgiu por disposição testamentária do Comendador Geraldo José da Cunha, falecido no Rio de Janeiro- Brasil, em 1863, através da qual, deixou 4 contos de reis e um pequeno aposento no Mosteiro de Arnoia, para constituição de um pequeno Hospital.

Com a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, pelo Ministro António Aguiar (conhecido como Mata Frades), no Reinado de D. Pedro IV, o Mosteiro de Arnoia, foi vendido em parcelas, tendo vários proprietários.

Os primeiros estatutos da Santa Casa da Misericórdia foram aprovados pelo Rei D. Luís I em 14 de Julho de 1867 e pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. José Joaquim de Azevedo e Moura em 8 de Janeiro de 1868.

Em 1868, começou a funcionar o Hospital Civil de S. Bento de Arnoia, após o aumento do fundo de garantia de 4 contos para 28, com os donativos do Visconde da Lapeira, Pe. António José Dias da Motta, Joaquim Lopes Bastos e outros que preferiram o anonimato.

O Hospital apenas tinha capacidade de internamento de 3 a 4 doentes e o médico realizava visitas às enfermarias uma vez por mês, no entanto, em 1918, devido a dificuldades financeiras e falta de benemerências, foi obrigado a encerrar.

Em 10 de Abril de 1927, o hospital reabriu, após a doação de duas partes do antigo convento beneditino, por António Alves Bastos, que arrematou em praça pública, propositadamente no Ministério das Finanças em 1921, e que ficavam juntas às primitivas instalações do Hospital e a disposição testamentária de cerca de 200 contos, de Albino Alves Pereira, em 1925.

Quando reabriu, o número de internamentos foi elevado ao dobro e havia visita do médico, duas vezes por semana às enfermarias. Apesar das melhorias em comparação à data de encerramento, só em 1931, começou a evolução e crescimento do movimento Hospitalar, nomeadamente com a contratação do Dr. Afonso Teixeira da Mota, que realizava visitas diárias às enfermarias.

Na década de 30, foi inaugurada uma Sala de Operações equipada, iniciaram-se consultas gratuitas aos pobres do concelho; o número de internamentos foi elevado e integraram no Hospital, as Irmãs da Caridade da Ordem Franciscana Hospitaleira Portuguesa, que dignificaram a qualidade dos serviços prestados no Hospital.

A Liga Protetora do Hospital foi criada em 1937, com o intuito de angariar fundos para o hospital, através de peditórios, venda de postais e flores e realização de Festas de Caridade. Era constituída pelas senhoras, das mais ilustres casas do concelho, contudo em 1937, foi extinta, após a dissolução da Mesa pelo Governador Civil em 19 de Julho.

De Julho de 1937 até Janeiro de 1950, a Santa Casa e o Hospital eram geridos por Comissões Administrativas, nomeadas pelo Governador Civil de Braga.

Nesse período, com a Comissão Administrativa presidida pelo Dr. Francisco Xavier de Meireles, o Hospital foi ampliado, através da Auto de expropriação da parte que faltava adquirir, do Mosteiro , após grande empenho do Dr. Francisco Meireles e o Diretor Clinico do Hospital, Dr. Afonso Maria Teixeira da Mota, que se deslocaram várias vezes a Lisboa.

Em 14 de Outubro de 1945, as obras de ampliação foram inauguradas, na presença do Ministro do Interior e e o Subsecretário de Estado da Assistência Social.

Com a ampliação do Hospital, os serviços hospitalares foram divididos em Medicina e Cirurgia, aumentaram o número de médicos e o número da capacidade de internamentos, foi elevado em média, aos 55 em 1949. Porém, devido às dificuldades financeiras o número de internamentos teve de ser restrito, para evitar o encerramento do hospital.

Em 8 de Janeiro de 1950, ocorreu a eleição da Mesa e Conselho Fiscal para o triénio de 1950 – 1953, onde votaram os irmãos inscritos,  anteriormente a 12 de Maio de 1935 e foi eleito o Comendador Justino Mota Ribeiro (provedor de 1926 a 1937).

O Comendador Mota Ribeiro, encontrou a Santa Casa e o Hospital muito endividado e foram feitos muitos esforços para evitar o encerramento do Hospital.

Posteriormente em 1956, com a Provedoria do Dr. João Bastos, médico de profissão, o número de internamentos voltou a aumentar, bem como o número de consultas, curativos e injeções a externos.

Desde 1954, com o Dr. Bartholo, começaram a ser realizadas grandes cirurgias, continuadas pelo Dr. Albino Aroso e equipa, que muito dignificaram e engrandeceram o Hospital.

Importa referir que as grandes cirurgias no Hospital, tiveram início com o Dr. José Aroso, em 1937, que durante 6 anos, veio do Porto, propositadamente uma vez por mês, por amor e dedicação aos pobres doentes e ao Hospital.

Durante os anos 50 e 60, ocorreu o  aumento das especialidades do Hospital: Medicina, Cirurgia, Obstetrícia, Radiologia, Serviço de luta anti-rábica e luta anti-tuberculosa e Pediatria.

Foi também durante os anos 60, que foram tomadas diligências para construir um novo hospital na Vila de Celorico de Basto. Foi comprado um terreno na Vila, constituída uma comissão, para a construção de um novo  Hospital e noticiada a sua construção.

Contudo, devido à revolução de 1974  e, nacionalização dos Hospitais das Misericórdias em 1976, nunca chegou a ser construído um novo  Hospital em Celorico de Basto, apenas um Centro de Saúde.

Em 20 de Janeiro de 1974, por disposição testamentária de D. Maria Olímpia Teixeira Mota Guedes, foi inaugurado o Lar de Idosos, que funcionava no rés-do-chão, do edifício do Mosteiro.

Com a inauguração do Centro de Saúde na Vila, em 1982, todo o edifício do Mosteiro foi devolvido à Misericórdia e foram realizadas obras de adaptação a Lar, concluídas em 1984.

Desde então, o número de valências da Misericórdia, aumentou e atualmente detêm as valências de:

  • Serviço de Apoio Domiciliário (1988)
  • Creche e Pré-escolar (1990)
  • Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração e Manutenção de S. Bento de Arnoia (2013)
  • Unidade de Medicina Física e de Reabilitação (2014)

Toda a história da Santa Casa da Misericórdia encontra-se detalhada na Exposição “150 Anos de Memórias” e pode ser visitada sob marcação prévia.

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