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História da Estrutura Residencial para Idosos (ERPI)  –  Dª. Maria Olímpia T. Mota Guedes

A incorporação da assistência social na 3ª Idade, na missão da Santa Casa da Misericórdia de Arnoia, surgiu nos anos 40. Em 1941, surgiu a ideia de instaurar um “Asilo de Velhos” na Misericórdia, na projeção da ampliação do Hospital. Também era pretendido á época incluir no edifício do Mosteiro, o Asilo da Infância Desvalida, juntando as únicas casas de Caridade do concelho no Mosteiro, mas tal nunca se concretizou.

Em 1969, com a disposição testamentária da D. Maria Olimpia Teixeira da Mota Guedes, a contemplar a Misericórdia com os seus bens, com a obrigação de estes se destinarem à assistência de pessoas idosas, foi publicado no Jornal “Noticias de Basto” de 16 de Agosto o seguinte: “Asilo de Velhos – Enquanto se não procede as respetivas obras no Solar de Casal de Nino, a Santa Casa da Misericórdia deste concelho, alberga no edifício do seu hospital, os pobres das freguesias de Arnoia, Britelo e Gémeos que desejem e necessitem de ser internados. Os interessados deverão dirigir-se à secretaria da Santa Casa.”

Posteriormente, em 20 de Janeiro de 1974, com a Provedoria do Pe. José Joaquim Gonçalves de Carvalho e a presença do Governador Civil de Braga. Dr. Manuel Augusto de Ascensão Azevedo entre outros, foi inaugurado o “Lar D. Maria Olimpia Teixeira da Mota Guedes” também conhecido como “Mini-Lar”, no rés-do-chão do edifício hospital no Mosteiro de Arnoia, com 18 camas, sala de convívio e outras dependências necessárias para o funcionamento do Lar. À época, a Misericórdia de Arnoia foi pioneira na criação de assistência a idosos, devendo-se muito a esta benemérita e à sua vontade.

     Notícia da Inauguração no Jornal “Notícias de Basto”, 26 de Janeiro de 1974

Foto Inauguração do Lar, 20 de Janeiro de 1974, com o Provedor e o Governador Civil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 7 de Outubro de 1974, foi estalecido acordo entre o Lar e o Instituto da Família e Ação Social, sendo que em 1976, foi pedida uma extensão desse acordo para mais uma ajudante de internamento e no ano de 1982, foi assinado um novo acordo de cooperação com o Centro Regional da Segurança Social.

Inícios do Lar, com alguns idosos, a Irmã Águeda e colaboradoras nos Jardins do Claustro.

À época, o Hospital e o Lar funcionavam no Mosteiro de Arnoia, mesmo depois da Nacionalização do Hospital em 1976, sendo que o Mosteiro só foi cedido à Misericórdia em 1982.

Nesse sentido, foram realizadas grandes obras de adaptação do Mosteiro e a Lar, concluídas em finais de 1982. No período das obras, o Lar funcionou na Casa do Alcácer, onde funciona atualmente o Infantário e anteriormente entre 1976 e 1982, funcionou o Centro de Saúde da Vila e até à extinção da Associação de Beneficência Celoricense em 1975, o Asilo a Infância Desvalida.

A projeção das obras de adaptação do Mosteiro a Lar, começou em 1979, passados 2 anos, em 12 de Janeiro de 1981, foi apresentado o ante-projeto da remodelação e ampliação elaborado pelo Gabinete de Apoio Técnico (GAT) do Baixo Tâmega de Amarante.

Após a conclusão das obras, os Idosos ficaram condignamente instalados no Mosteiro, e ao longo dos anos, a capacidade de acolhimento foi aumentada e realizadas obras de melhoramentos e adaptação, conforme as necessidades da Instituição. A qualidade dos serviços prestados sempre foi uma mais valia da instituição e desde sempre houve muitos interessados a ingressar o Lar.

Lar depois das obras de adaptação do edifício do Mosteiro, 1984

Assim como aconteceu com o Hospital, o Lar viveu sempre com dificuldades financeiras, mas nunca deixou de prestar os melhores serviços aos idosos.

Na década de 90, foi adquirido o terreno norte da Quinta do Mosteiro, conhecido como Campo de Sto. António (trocado pela Quinta da Costarela) e a Casa das Abegoarias, com a provedoria do Dr. João Bastos e após a mudança de século, foram inauguradas as obras de ampliação do lar de Idosos na Casa das Abegoarias, em 2004, sendo o Provedor, o Prof. António Andrade Bastos.

Maquete da ERPI e UCC

Início das obras

 

Ainda no ano de 2004, foi apresentado o Relatório da Segurança Social sobre as condições de instalação e segurança do Lar de Idosos, que obrigou a Santa Casa, a realizar obras, sob o risco de encerrar o Lar. Nesse sentido, a Santa Casa, num frenético e ambicioso projeto, apresentou Candidaturas ao Programa Modelar e à Medida de Apoio à Segurança de Equipamentos Sociais, aprovadas em 2008 que permitiram a execução das obras de remodelação e ampliação do Lar de Idosos e construção da Unidade de Cuidados Continuados entre 2010 e 2013

À semelhança do que aconteceu na década de 80 com as obras de adaptação e ampliação do Lar, a Santa Casa enfrentou várias dificuldades de tesouraria, devido ao desequilíbrio financeiro e teve de vender algum património, pedir empréstimos bancários e realizar atividades de angariação de fundos.

Todavia, devido ao empenho e trabalho árduo de todos, em 31 de Agosto de 2013, foram inauguradas as Obras de Ampliação do Lar, sendo a Provedora, a Dra. Maria Graça Mota.

Atualmente a Estrutura Residencial para Idosos D. Maria Olimpia, tem capacidade para 59 utentes, com Acordo de Cooperação com o Centro Distrital da Segurança Social.

Com a assistência prestada à população Idosa, a Santa Casa, soube virar a página e escreveu uma importante parte da sua História, sabendo adaptar a sua missão aos acontecimentos e evolução dos tempos e da sociedade.

Aspeto atual da ERPI Dª. Maria Olímpia e UCC S. Bento de Arnoia

(Artigo retirado da “História da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de S. Bento de Arnoia – 150 Anos de Memórias”, Ricardo Martins, Agosto 2017)